quinta-feira, 15 de março de 2012

Militante

Manoel Ocampo - Eleventh Station
Vigiava uma mandarina azeda. Retirava da milonga alaga do seu ser a comiseração óbvia dos bigodes extravagantes, pois tinha o ralhar da dúvida e a derrota da rejeição estampados na cantata alecrim do seu dia a dia. Trovejava macarrão e em cântaros guturais navegava pelas estreitezas da cidadela incauta, onde almejava filosofias, embora pisasse no rabo azul da vaidade pantagruélica. Sua feiúra encantava pelo desgosto que reprimia o farfalhar das borboletas vermelho-umbral. Conquistava, dessa maneira, o avesso daquilo que não podia almejar nas incertezas e agradecia a desvantagem da doçura das carcaças que mugiam aos vendavais que ao longe levantavam inauditas odes de descontentamento inverso. Relinchava ao prazer que se lhe negava como certo e acolhia a desesperança da caracterização de um coletivo próprio que, infame, lhe evitava o estupor da maresia violada. Não, não habitava a mansidão, mas a desavença lhe inviolada o submundo da mesmice e carregava em si a carranca do imaginar bonito, deuses do fazer ultravioleta de outrora. Queria assentar porque era ousadia...

Nenhum comentário:

Postar um comentário