quinta-feira, 1 de março de 2012

Padam, Padam

Jean Claude Fournié, 2009
Cheirava a decepção... descia pela garganta e escorria até encontrar o frio do colo castigado e rasgado pelo tempo. Harakiri...  longitudinalmente na alma estreita e descontente que zumbia assim, silenciosamente, como uma manhã de feriado na quarta-feira.  Queria se fixar... enchia o oco dos pés com cola bastão sabor anis, pois o sentido estava no roxo-carambola dos desenhos indigestos das senhoras transviadas. Parecia se encontrar no plus bleu que le bleu des tes yeux, só que de uma outra cor, mais picante e acanelada que lhe sorria do avesso um suspiro de afeto. Vomitava... mugido, dor ou contentamento que o fizesse ser ignorado pela redenção de um dia ter aparecido de sapatos carmesins no veludo azul da amargura alheia. Queria... o inverso era obedecer à indulgência fulminante da ordem que lhe deformava os ossos da esperança. Dançava... Padam, Padam... rodopios despertavam o imenso que em si continha e acalentavam o infinito de sua tensões. Começava novamente...

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